EDNA VASCONCELOS
( BRASIL – RIO DE JANEIRO )
Reside em Niterói, no Rio de Janeiro.
Pós-graduada no Curso de Planejamento e Técnica de Ensino Pedagoga; licenciada em História;
bacharel em História; licenciada em Educação Física; professora primária, poetisa, cronista, contista, cantora e compositora.
Tem obras musicais gravadas em fita e CD.
Participa de várias coletâneas.
Fascinada, desde muito cedo, pelas fantasias descritas nas incontáveis histórias ao redor de nosso pequeno mundo, Edna Vasconcelos é escritora do Livro Kaáoby Oká, A Casa da Mata Verde, primeiro volume da mais nova série de aventura do mundo de Sétama.
ANTOLOGIA DEL SECCHI, 2005. Volume XV. Organização Roberto de Castro Del´Secchi. Rio de Janeiro: Del´Secchi, 2005. 328 p. 14 x 21 cm ISBN 85-8649-14-3 No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em novembro de 2024.
MINHA FIA BASTIANA
Aqui nois vai com Deus quê.
Ocê tá bem na cidade grandi? Tá gostando?
A sordati de ocê é muito grande
Mais ocê precisava í pra cidadi
Aí ocê aprendê a escirvinhá i a lê
Aqui, ocê fica iguae a ieu i sua mãi sem estudo nenhum
leu escrevinhi, mali... mali...
Pur fala na sua mãi iela vevi si quexandu dumas
dô nas perna i di, um cansaçú.
Tombém gorda como tá... pareci inté uma proca!...
As frô qui ocê pranto tá murchando,
pareci inté qui ielas num qué mais vive
Só podi sê di sordadi di ocê
Só u pé di rosa qui contínua dando rosa.Uma rosa bunita iguar a ocê.
U cachorro Totó, uiva muito
As veiz veju tristeza nus oius deli.
A galinha carijó tirou uma ninhada du oitu pintinhu.
A gata Mimi, num sai derriba du fogâu,
fica acabrunhada, pareci qui tá esperando ocê vortá
Onti, foi um dia bãu. Caiu uma chuvada,
Moiô toda a plantação
U mui ficô viçoso
U feijãu se alagrô
i a manjoca pareci qui creceu mais.
Ainda continuu acordandu cedu só pra vê u sor nacê
É uma belezura!...
Atrais du morru eli surgi
como uma bola du fogu
sortandu raiu du luz pra todu qui é ladu
Nas noiti di lua, iueu se alembru di ocê.
Ocê ficava nu terrenu em riba da estera oiandu pra lua
Ocê ficava nu terrunu em riba da estera oiandu pra lua,
parecia inté qui ocê cunversava
eu fazia u pedidu pra São Jorge pra modi ocê i pra cidadi.
A lua no sertãu é muito linda!
Iela crareia a nossa palhoça
I ilumia as prantaçãu.
a água da bica pareci inté
que fica babandu com a lindeza da lua!
Chega inté tocá musga!...
Vou termina esta mar traçada linha,
A lamparina está mar traçada linha,
A lamparina istá si apagandu...
A querozenia tá acabando.
Pra ocê, abraçu di tua mãi i di teu pai,
Bastiãu.
Escrivinha pra nois. Tã?
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Página publicada em novembro de 2024
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